quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Gotas de presságio | Poeira n´alma.




Eu vi um pôr-do-sol
Sem vê-lo
Mas era nuvens
E tons de cinzas
E o mar cantava só
Ninguém nas pedras
Só gotas a cair
Ela não veio
Mas os pássaros sim
Se lançavam ao vento
De tão fortes que eram
Que me envaideciam
Os olhos fechados
Sentiam-na perto
Mas não ali
Era um riso no horizonte
Daqueles raios de luz
Que se fitam em calor
E a chuva veio
Lavou um pouco de mim
Depois da grama
E se foi mãos dadas
Com o tempo e as cores
Isso é suficiente
Agora deixa eu ir
Que o amanhã virá


*


Parecia o mundo, no fim.Ou o começo.
Depende do lado do espelho que eu esteja.


Tinha uma linha, tênue, azul escuro. e brilho. um caminho desenhado nas nuvens. O som, fazia rodopios no vento, e dizia que era tarde, que chegava a hora de ser escuro.
O mar estava no céu.
Sorrisos, espalhados pelo chão, e a camisa branca, misturada no pecado,
fazia um convite a luxúria.


Mas ainda era laranja.
E eu, solidão.

domingo, 30 de novembro de 2008

bem feito pra quem me quer bem.



numa epóca de ter consciência real de certas coisas, de estar com os pés no azulejo branco e frio.
coisas estas que eram abstratas até um tempo atrás.

o desejo, a necessidade, a vontade, se fazem presentes, mas de uma forma menos comestível...
é como se eu pudesse respirar agora, depois de sentir a maré encharcar minha alma, e achar que o turbilhão das ondas ia me levar.

não pro fundo. que eu não sei cair. mas, pra uma vida outra, onde eu achava que ia perder as rédeas. elas caíram mesmo, dos meus dedos. eu sei quando foi que o barco foi desaguar. mas. tem um tal de um colar de sonho, que foi me dado uma certa vez. e é só apertar os olhos, pra ele grudartudodenovo.

*

sobre cheiros e amor, não vale a pena viver de si.
e por mais que o pouco me contente, é de derramar de prazer o saber ter um sorriso pra lembrar. é bom saber de um presente, que vai fazer parte ainda de fazer forte. porquê tem um ano pra ser bem vivido. e nele, que se saiba enxergar o mundo que é a alma. não se cegar, quando houver um sol mais forte.

degustar os pedaços da carne humana têm-me sido uma prática saudável. seduzir a côr que tem o pecado é a motivação diária. gozar, e fazer sal, na mesma boca, dá a lucidez que me permite.porquê hoje o meu céu é o abismo de amanhã.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

quando flor ser.


amo. cem domingos.
sem noites que acabam com beijo de partida.

desejo. em anos.
com sonhos que são alavanca pra vida.

gozo. com pele.
para o gosto do amargo virar doce (lsd).

corro. sem documentos.
quando a alma pede mais calor.

enxergo. um mundo.
mas não me diga nunca não.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

meu desejo.


"e desejá-la assim,com todos os lugares comuns do desejo,a esse outro tão intimo que as vezes julgas desnecessário dizer alguma coisa,porque enganado supões que tu e ela vezenquando sejam um só, te encherá o copo de uma força nova ,como se alguma poderosa energia brotasse de algum centro longínquo,há muito adormecido,todas as princesas de todos os contos de fada desfilam por tua cabeça,quem sabe dessa luz oculta ,e é então que sentes claramente que ela não é e tu,e tu não serás ela,,esse ser,o outro,que mágico ou demoníaco deliberado ou casual te inflama assim de tolos ardores juvenis,alucinando tua alma oque o deliírio é tanto que ate saupões cter uma "

caio f.

manhã, depois da noite mal dormida, do sonho despedaçado.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Lista de 4 coisas:

Quatro empregos que já tive:
- Vendedora de joystick e jogos da Compuwave (vendia-se computadores lá, mas ninguém confiava comprar um com a pirralha aqui)
- Quebra galho da academia da mami.
- Telefonista de uma empresa de consórcio (fui trocada por uma secretária eletrônica já que o telefone mal tocava)
- Bancária

Quatro filmes que assisto sempre que passam:
- Sociedade dos poetas mortos
- Antes do amanhecer
- 4ª B
- O Fabuloso destino de Amelie Poulin
(aqui em casa tem os últimos 2 por isso costumamos passar muito)

Quatro programas que gosto na Tv:

- Programa do Jô
- Altas horas
- Simpsons
- A grande família

Quatro pessoas que me mandam e-mail regularmente:

- Mami
- Dido
- Só posso completar a lista se esse pessoas incluir pessoas jurídicas: - Aprovando
- Brasil de Fato

Quatro coisas que não sei, mas deveria:

- Dizer não
- Agüentar a solidão
- Andar de salto
- Sentar colocando os pés no chão

Quatro coisas que faço diariamente:

- declarações de amor
- abro e fecho portas e janelas
- enrolo pra levantar
- boto o nenem pra domir

Comidas que gosto:

- pizza
- feijoada
- salada de tomate seco e rucula
- camarão

Quatro objetivos a curto prazo:

- Passar num concurso
- Me associar a AABB
- conhecer lugares bonitos por aqui por perto
- Fazer teatro aos domingos

domingo, 9 de novembro de 2008

da estória, contada.















de Fábio




" ... e ele amou amor de sonho, bússola, a mão fechada aos outros,
sem saber que conhecia cada poro de saudade. Pediu então Ane que o guiasse, luz que arde machuca os olhos. Seu verso diz com a cabeça que sim. Detrás do todo humano que é ela, faz sombra. Isso ele sabia, querendo cochilar nas coisas.
E se abraçaram, e se quiseram, e riram a calma dos invisíveis, juntos. Trocariam de coração um com o outro, no último dedo de vodka. Perfeito Plano. Tudo tão muito quanto o mais simples possível. Ambos maré alta, delícias, pomar, o verão.
E a paz e a fúria e a quase paravra, lonas de circo,
naquela manhã de vida toda, enfeitando o sol dos dois. "

scrap enviado às 09:39 da manhã, e recebido com dois sóis.

sábado, 8 de novembro de 2008

7x.


para entendedores de meia tigela, uma ane de prato cheio.
e, dessas que só se come com dez talheres.


quatro trampos:
cobradora de gente que num pagava - livraria criativa. 2003|2004.
vendedora estressada por causa de metas -vivo. 2004|2006.
criadora de ações promocionais pra vivo sudoeste - hórus consultoria. 2006|2007.
worklover atendimento planejamento tudo de bom - m21. 2008 | ao infinito e além.

quatro filmes da vida:

requiém para um sonho.
quase famosos.
não por acaso.
bonecas russas.

quatro livros que me fuderam:

anarquistas graças a deus.
a menina que roubava livros.
a casa dos budas ditosos.
as travessuras da menina má.

quatro pessoas que me mandam scraps legais:
fábio.
alexa.
lú costa.
luara.

quatro coisas que quero saber:
porquê o céu é azul.
mexer no coreldraw x4 e no adobe ilustrator.
guardar dinheiro.
ser menos doida.

quatro rotinices:

orkut | email | telefone.
tentar aumentar o pavio.
ver o sol, o céu e o mar.
agradecer o dia.

quatro rangos:
pão integral + blanquet de perú + ricota.
pizza marguerita.
camarão na moranga.
chandelle de chocolate.

planos para dominar o mundo:
entrar no inglês.
tirar minha carteira de motorista.
me mudar pra casa de renatinha.
fazer o varejo do brasil acontecer.

*
ps: atendendo a solicitações.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Aprendizado

Já consigo lidar com o espelho no quarto. Sou capaz de passar dias quase inteiros lá e não brigar comigo mesma. Mas com relógio no pulso eu sou incapaz de conviver. Como há pessoas que vivem com isso? Dá medo pensar que tanta gente sobrevive com essa droga.

Ser. E...?

sou dela.


pessoa que dirige meu carro em plena br a luz do dia sem habilitação e eu ainda confio plenamente.
a coisa mais linda quando faz cara de gozo.
me enlouquece, me deixa meio surtada, me faz fazer planos e desfazer no mesmo segundo.

eu queria te colocar no meu café...

a bipolar que ainda assim me faz querer, e nem sei se quero mais ser poli pq o amor me completa, mesmo sendo "só as vezes", e quando vai fica uma vazio assim, aqui.
Desses que a gente sente quando é muito forte e não sabe quando volta, ou se volta pq as tentações e atrativos da vida são intensas.
eu quis mostrar meu mundo, imperfeito e real como ele é e não me resguardei, não me preocupei e chorei, mas ainda assim fiquei feliz.
fiz, faço e farei quantas vezes for preciso, egoistamente preciso. Pq penso que cada minuto com nossa alegria ta valendo demáááás a pena!
isso era p ser um depoimento, desse tipo a gente faz quando passa uma noite massa e quer dizer. mas saiu assim, como meu pensamento esta: desordenado e feliz.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

respiração descontínua e prolongada.


não sei quanto tempo demora até a quentura de uma estrela ser suficiente pra ela morrer.
o que sinto, é desejo liquído escorrendo entre as pernas.

tem sonhos pra colher no pomar, na sala de jantar,
nos olhos teus. e eu vou, com todos os documentos, carinhos e afins.

a partir de ontem, eu me visto de jorge.
e não sei o que chega. como sempre, destino carregado nas nuvens.
(e nos dias em que elas não existem? estrelas!)

o vento no cabelo. há uma hora dessas.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ter meninos

É brincar de criar gente
é esquecer muito de si
é relembrar-se da infância
redescobrir-se
reviver-se pueril.

Se prevenir,
iludir
ser criador e criatura.

Ter o maior apego,
e desprendimento.
Supresa, alegria,
magia e realidade
a se formar em sua frente.

É saber que tudo atua,
tudo brinca de ser gente,
desde cedo, desde sempre.

Lululu.

terça-feira, 30 de setembro de 2008


"ando e ando
se hei de cair
que seja entre os trevos."

bashô

domingo, 21 de setembro de 2008

mais um passo.


um sol, um azul, um vermelho de rasgar a pele.
o sonho, de carne. consumo imediato, embalagem reciclável.
(gosto de mutações genéticas. quase uma x-woman)

me convence do que não sei. me engana,
me ilude, me traí com promessas vãs.
definitivamente, uma calculadora nova. as contas se perdem,
e eu preciso refazé-las, para fugir do lirismo que não é libertação.

tudo de areia. diga a verdade, diga a verdade, diga a verdade.
rezar, comer e amar.

é só começar, e eu já não mais estou no mesmo lugar.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

eu?

sábado, 6 de setembro de 2008

O empata lucidez

Eu consegui sustentar a lucidez com a bebida.
Mas você com um sorriso a derruba.
E eu nem sei se quero mais ela ou você.

sem limites

Eu não tenho limites,
Mas os quero.

No vagar entre mundos,
Na noite silenciosa
Eu quero um porto.

No meu barco voador,
Eu quero um leme.
Ou saber manusear as velas,
Ou passar das nuvens e ver a direção pelas estrelas.

Sob mim,
Eu quero a mãe Terra com toda força
Pra serenar os soluços ingênuos
dos perdidos e das insaciáveis perguntas.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

quando tudo que se deseja é uma companhia. ou conversa de botas batidas.




só queria poder sentar num pedaço de um canto qualquer. pedir uma cerveja, dar risada, conversar dores. e num tem. e num dá, e num pode. e o mundo que tinha isso, é longe, longe demais. eu fico numa saudade, do frio. do pôr-do-sol laranja, que hoje é rosa. quero meus abraços intermináveis, minhas canções desafinadas, as cores que me circulavam. os planetas pendurados, os sonhos idealizados.




eu quero ter tudo, aqui, agora.
porquê não quero ser menor. e minha amadurecência me dói.
do pescoço ao pé. das mãos aos fios de cabelo.

[diz que a gente sempre foi um par?]

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

de liquidificador.

meu presente, na boca:


se tu não viu, é pra ver. e se leu, não te deixo esquecer.
'tem uma coisa.
que tinha rubores de dizer.
mas acho que depois de hoje.
sou carne, e alma, tudojunto, sem medo.âni.


ti quero fazer tudo quanto for prazer. sentir o cheiro de cada pedacinho de tu. o cabelo, o pescoço, a bôca. o cheiro dos seus seios. do teu umbigo. das costas. do bumbum. do sexo. das coxas. dos pés. das mãos, dos dedos, dos braços. o seu cheiro todinho.e quero sentir cada gosto. cada pele arrepiada bem na minha lingua. quero cobrir de mão o seu corpo. inteiro. comer com fome a tua bôca.beber teu gozo, com essa sede que me consome.'





eu te amo muitamente, amorinha. e te amo, cada vez mais.

domingo, 24 de agosto de 2008

todo mundo quer cheirar, ô lárá, tá!.


é sempre de som.

de ritmo intenso.

de cor forte.

os olhos, nitroglicerina.


(hey, mister dj!)


-e quando me são dadas as cordas do mundo, eu sinto que sei um tanto bem maior.

sábado, 9 de agosto de 2008

pra ganhar: mãos.


num tem mais horas, nem dias, nem meses.
tem tudo. de uma só vez. e meu extâse.
e o desejo, realizado.
e o condensado, em lata, industrializado.
o gosto dela dele, enroscado na boca, até o vôo do passarinho.

proteja-se. do que eu vou querer.
abençoados sejam os esquecidos!.

e os que pensam, quando choram, tem lágrimas de flor.
eu, que num tenho relógio, sou muito mais feliz.

terça-feira, 15 de julho de 2008

numas de amor-próprio.

eaê? tá certo ou num tá?.
eu, tô achando bem que é bom.
mas, ache que, não, dona moça. que há ainda muito chão pra seguir.
e um pedaço do pouco que sobrou:.
tenha mais olhos do que boca, nessa vida.

[há lição. tédio?. ih. esse, num passa nem perto.]

' tem. que ser: selado. registrado. carimbado. avaliado. rotulado. se quiser. voar. '

'

segunda-feira, 14 de julho de 2008

particular infinito.


achado:.


Infinito (Leminiscata) é uma noção quase-numérica empregada em proposições matemáticas, filosóficas ou teológicas e que faz referência à falta de limite e falta de fronteira no tamanho, quantidade ou extensão.



quinta-feira, 10 de julho de 2008

ane e o zepellin.



fácil demais. carne, barata, exposta, fresca.

transparente, rasa, inútil.

joga pedra! que é de rocha. que é de vento.

profana, é isso. e ainda, tem isso de estar sendo.

tem mesmo limites pro ser?. quando é que não se pode mais?.

e quando é que pode.! todas elas num só ser.

vejo as possibilidades serem banalizadas.

sexo é prosa.

mas, eu gosto de poesia.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

go-go girls!.





tem umas coisas pequenas, que ainda fazem uma lágrima cair inteirinha.
umas miúdezas, tão miúdas, que parecem que são toda uma vida!.

ah. ninguém aí em cima vai entender não?.
-você podia ao menos me contar uma história romântica.!
só me resta um tico de mim.
e eu bem queria que acabasse logo. em mar, luxúria, e sabor...
mas, sabe, eu sinto mesmo que partiu, quebrou, morreu.

gostei de ser sexy.

sábado, 5 de julho de 2008

à cores.



que tem dias, em que eu brinco de ser.

minha, dela, dele.

de todo mundo!. acabo que não sou.

ou sou demais. duas. de uma cor inmisturavél.

mas, desejo com ela e ele uma vida.

cor-de-pantone.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

o segundo ato.


'Eu não vou louvar valores,

Dos nossos amores as dores eu não vou contar,

O peito trajado de dores

A boca tragando rancores

E a dúvida não será onde chegar.

Brincando de ser e estar apenas,

Eu não sou Chico mas quero tentar

Mais cenas, dezenas, centenas, sentadas, safadas, saradas, sanadas,

sapatas, perdidas, famintas, gigantes, pequenas.'

domingo, 29 de junho de 2008

o vôo da Lua.

~







aí, ela inventou de pular, um muro, uma corda, um mundo.

num século, em que o mertiolate nem arde mais. às vezes, eu ainda penso se é mesmo isso de deixar essa dor pra lá. porquê era bom de dizer:

- tá vermelhinho, fui fazer peraltice.!

[só que eu descobri o que levou a menina cacheada a isso. era que ela queria o nego bom, do lado. grudado. e fazendo sanduíche de pé, tantos dias que nem iam mais caber dentro deles.

e, aprendeu a fazer do jeito que ele gosta. e do jeito que a branquinha aqui também.!]

domingo, 8 de junho de 2008


volto por aqui.

lá, distante, onde devia estar. onde seria responsável ficar.
mas eu, insisto. quebro a cara, me vejo em mil pedaços de mosaico colorido.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

de eloá.


para a vida:

céu com nuvens carregadas de destino.

domingo, 11 de maio de 2008

sábado, 26 de abril de 2008

anybody else.!


dias.
pra se sentir como quem partiu ou morreu.


dias.
pra se sentir inteiro e maior.


dias.
pra ser um pouco mais de nós.


dias.
para ser somente um dia.


dia.
pra ver o passado passar por mim.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Quando Luis se viu sabendo ler e escrever, não tinha muito aonde. Na sua casa tinha uns 2 livros infantis que ele já tinha lido e relido e já sabia de cor. Dos livros de adulto que tinham lá, nem ele nem ninguém por ali entendia quase palavra alguma. Na cidade tinha muitas placas, mas fazia meses que não ia lá e nem adianatava insistir que sua mãe não o levaria por um motivo assim "tão à toa". Os cadernos eram pros mais velhos que já estavam na época de estudo e Luis devia ir brincar ao invés de pensar nessas coisas. Seu irmão Juca havia dado escondido a Luis 2 folhas de caderno, mas já estavam entupidas de palavras que ele escreveu, leu e releu...
O jeito mesmo era escrever no ar. Na parede não podia para nãolevar uma soiva que começa com S, depois tem o O, depois o V, e então o A. Quando Luis escreveu essa palavra no ar ela pesou e caiu sumindo no chão e o deixando aliviado. Masfoi aí que ele viu a solução e escreveu "AR". Já essas letras mal foram escritas e começaram a entrar e sair pelas suas narinas. De primeira Luis se assustou, mas logo se tranqüilizou. Não faziam mal algum essas letrinhas brincalhonas. Deram lhe um certo frio na barriga nocomeço, mas depois foi como se sempre as tivesse respirado.

sexta-feira, 11 de abril de 2008


eu fico pensando.

no que a gente é. no que eu sou.

um pouco mais de nós.!

e depois, no que são as bonitas mentiras.

plantadas feito flores, mas sem raiz.

até que uma chuva fina leva.

até que o mar bravio chega.

e desmonta o castelinho de areia.

desde a base, até as torres.

[mais imponentes.!]


~


mas eu, me resolvi por subir na pedra mais alta.

e ai de quem resolver pensar que eu sou pequena.!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Há um tempo atrás eu trabalhava com verificação de documentação da abertura de contas no banco. Verificava em média umas vinte por dia. Em pouco tempo eu me impressionei com a quantidade de identidades em que só constavam os nomes das mães. Todo dia ao menos uma. Uma vez ou outra 2. Mais raro 3 ou 4. Pensei em começar a contar, acabei não o fazendo. Mas me arrependo. Seria um dado importante.
Eu não entendo. Como pode ser assim? Se as mães tb não assumissem seus filhos com tanta facilidade e freqüência como os pais, quantos orfanatos precisariam haver em cada pequena cidade?

segunda-feira, 24 de março de 2008


~


Carta de Despedida de Mim.


E hoje, tomei o último mingau de aveia. Deitei sozinha, no meu quarto, sem acender a luz. Andei entre as árvores do quintal, que guardo no fundo de mim. Olhei cada pedaço espalhado, de coisas que criei para me auto seduzir. Senti fotos, pessoas, sorrisos, abraços e lágrimas. Canções, gritos, poesias. Cores, sabores, e mil amores. E queria saber, quanta falta sentirei de tudo que vivi. Por quanto tempo estarei assim, sem saber de mim?.Se alguém de longe me escutar...avisa lá que eu só queria ser um par. Que apenas desejei conversas no sofá colorido, guerras de almofada, meus brinquedos de gente pequena, com o coração grande.


A bruxa do amor gira na sua elipse, pendurada na porta do banheiro, que já foi vermelho sangue. Onde a vida já escorreu pelo ralo. Onde se recriou o ritmo, antes perdido. Eu até tinha certeza de quê daria certo. Quero poder, numa noite dessas, voltar para a casa onde sempre morei. A mesma e única casa. E sentada sozinha, avoadinha, dançar uma música que só eu ouvi, por tantos anos. Admirar estrelas no céu, com um pedaço de lua entre folhas e frutos. Catar flores cor-de-rosa num canteiro inventado, feito nosso amor. Os domingos d´água, com tintas, pincéis, máscaras e comidices que só ela faz igual.À folia no meu quarto de dormir. Que foi meu castelo de cartas marcadas, que foi minha lâmpada encantada, que foi meu abrigo da chuva, que foi quatro paredes brancas, que hoje é desenho de criança por todos os lados.


E, a este guardador de textos da madrugada, a este vício constante, a este que me faz chorar flores, e estampar fogos de artifício no mundo, que trouxe tanta gente boa, tanta gente que hoje é pra sempre, deixo minha saudade e meu derradeiro poema. Não me cabe mais sonhar com o futuro, pois, ele já chegou, e invadiu a minha porta e as minhas janelas, sem pedir licença, mudando minha vida, pra depois me convidar a rir ou chorar. Só levo a saudade...


[Eliane Maria, 08/03/08]